joguei coisas fora
fechei pra balanço
abri espaço
enterrei mágoas
mudei gavetas
descansei a alma
troquei conteúdos
queria mais
fiz mais
agora é esperar
colocar a roupa branca
e viver
e viver
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
ensaio sobre a saudade.
para C.
nem
quero
fazer
grandes
coisas
quando
te
rever,
me
contento
somente
em
partilhar
o
meu
silêncio
contigo
nem
quero
fazer
grandes
coisas
quando
te
rever,
me
contento
somente
em
partilhar
o
meu
silêncio
contigo
sábado, 18 de dezembro de 2010
é do desejo
que o seu corpo
um dia
desperte no meu corpo
quentura
na gélida distância nossa
que passemos
desses olhares inflamados
para um calor de almas que se juntam
um dia
desperte no meu corpo
quentura
na gélida distância nossa
que passemos
desses olhares inflamados
para um calor de almas que se juntam
sábado, 11 de dezembro de 2010
coisa mais linda é ver homem chorar
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
A personalidade só surge através do encontro com o outro.
Então, eu sou um monstro ou isso é ser uma pessoa?
terça-feira, 30 de novembro de 2010
não é vivendo que se morre
não é vivendo que se morre
morrer vem muito antes
morrer já nos foi dado
(Vida pela própia vida. Será isso?)
a dor não é da morte
se dói, é porque vive
viver culmina na dor
(Escolho a vida. Afirmo minha frágil certeza do agora.)
me dói o dentro e o fora
me dói a interrogação
me dói a exclamação
e eu resisto
por teimosia e por vocação
morrer vem muito antes
morrer já nos foi dado
(Vida pela própia vida. Será isso?)
a dor não é da morte
se dói, é porque vive
viver culmina na dor
(Escolho a vida. Afirmo minha frágil certeza do agora.)
me dói o dentro e o fora
me dói a interrogação
me dói a exclamação
e eu resisto
por teimosia e por vocação
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
confesso
tenho medo
daquilo que querem
oh deus, como tenho medo
daquilo que querem que eu seja
do que sou não tenho medo
o que sou é tudo o que tenho
um amontoado de defeitos
e mais
regido pelo fogo, tenho sangue nos olhos
enluarado pela água sou todo matéria que escorre
transpira
chora
goteja
e agora?
me envaideço ou enlouqueço?
por esse duplo que sou
por esse defeito
por esse feito
pelo que foi feito
de mim, assim
dois e quem sabe mais
(t) eus
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
em pleno dia se morre
para Clarice e Coletivo Más Caras
Hoje eu tentei rezar. Não ao deus da maioria, mas àquela figura que existe em mim. Aquela figura que me preenche no vazio que é a existência.
A tentativa antecedia e precedia o choro. - Oh céus, por que será que reza e choro quase sempre se conversam? Me arrisco: Talvez, pela lágrima ter algo de divino em si própria. A alma que se faz líquido e transborda o corpo.
E nesse duplo transbordar da coragem humana diante do sagrado, pedi. E como não sabia muito bem como e o quê pedir, deixei que viesse:
"Querido deus, é estranho falar contigo após tanto tempo. Não quero me prolongar e nem me desculpar. Quero agradecer e quero pedir. Pedir aceitando o egoísmo que me faz humano.
Agradeço por ter aprendido e por ter descoberto o valor do choro. Agradeço também por suportar a dor, e por ter ao meu lado pessoas que me ajudem nas vezes que eu não suporto tanto.
E peço, sendo fiel ao meu não prolongar a reza, que me ajude a transformar algumas das lágrimas em tinta. (explosão) Sim deus, me fiz artista e necessito de tintas para escrever meus poemas e para viver.
Peço que cuide dos que confiam em mim e que me aceitem frágil e bobo como eu sou.
Amém."
Hoje eu tentei rezar. Não ao deus da maioria, mas àquela figura que existe em mim. Aquela figura que me preenche no vazio que é a existência.
A tentativa antecedia e precedia o choro. - Oh céus, por que será que reza e choro quase sempre se conversam? Me arrisco: Talvez, pela lágrima ter algo de divino em si própria. A alma que se faz líquido e transborda o corpo.
E nesse duplo transbordar da coragem humana diante do sagrado, pedi. E como não sabia muito bem como e o quê pedir, deixei que viesse:
"Querido deus, é estranho falar contigo após tanto tempo. Não quero me prolongar e nem me desculpar. Quero agradecer e quero pedir. Pedir aceitando o egoísmo que me faz humano.
Agradeço por ter aprendido e por ter descoberto o valor do choro. Agradeço também por suportar a dor, e por ter ao meu lado pessoas que me ajudem nas vezes que eu não suporto tanto.
E peço, sendo fiel ao meu não prolongar a reza, que me ajude a transformar algumas das lágrimas em tinta. (explosão) Sim deus, me fiz artista e necessito de tintas para escrever meus poemas e para viver.
Peço que cuide dos que confiam em mim e que me aceitem frágil e bobo como eu sou.
Amém."
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
programa
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
as últimas palavras que te escrevo
não são as últimas
da pele pra dentro
sou todo palavras
flores e sentidos
redemoinhos loucos
das coisas que ainda sinto
e que tão logo não deixarei de sentir
da pele pra dentro
sou todo palavras
flores e sentidos
redemoinhos loucos
das coisas que ainda sinto
e que tão logo não deixarei de sentir
sábado, 2 de outubro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
bad romance
rasgamos seda
rasgamos a roupa
rasgamos o peito
te rasgo e te guardo em pedaços
nos bolsos da minha camisa de botões
e aguardo
talvez a próxima ardida palavra
talvez a mais efêmera das carícias
por isso mesmo tão violentas
por isso
foge por aqui que eu vou por ali
trocamos a covardia por outra coisa
talvez menos dor
talvez mais amor
ou um pouco dos dois
que por pouco não somos um
de tão iguais
tempestade, temporal
é o que me causa
e o que me cansa
mas te faço meu
por direito
desse jeito torto
que é nosso
e te faço
te faço pó, te faço nada
pouco caso de ti
faço de mim
rasgamos a roupa
rasgamos o peito
te rasgo e te guardo em pedaços
nos bolsos da minha camisa de botões
e aguardo
talvez a próxima ardida palavra
talvez a mais efêmera das carícias
por isso mesmo tão violentas
por isso
foge por aqui que eu vou por ali
trocamos a covardia por outra coisa
talvez menos dor
talvez mais amor
ou um pouco dos dois
que por pouco não somos um
de tão iguais
tempestade, temporal
é o que me causa
e o que me cansa
mas te faço meu
por direito
desse jeito torto
que é nosso
e te faço
te faço pó, te faço nada
pouco caso de ti
faço de mim
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
babel: penso que a falta de palavras nos pegou na esquina do cotidiano com a covardia
falta que me faz falta
esse excesso pra mim é nada
nada daquilo que me disse
dissemos
sermos esses estrangeiros
um diante do outro
distante do outro
pela falta excessiva
de um nada em comum
incomum
incomunicabilidade
habilidade de troca
de ser
estar
encaixar no outro
sem encaixotar a si
enrosca tua língua aqui
na minha língua
que essa conversa
direta
reta
nos falta
esse excesso pra mim é nada
nada daquilo que me disse
dissemos
sermos esses estrangeiros
um diante do outro
distante do outro
pela falta excessiva
de um nada em comum
incomum
incomunicabilidade
habilidade de troca
de ser
estar
encaixar no outro
sem encaixotar a si
enrosca tua língua aqui
na minha língua
que essa conversa
direta
reta
nos falta
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
mini drama (outro)
(falam-se num tom de repetição, como se já tivessem trocado essas mesmas palavras algumas vezes já)
- Eu tenho um coração.
- Tem certeza?
- Tenho, ele está aqui. Eu sei, porque dói. Daí eu sinto. Entendeu?
(pequeno silêncio)
- Se você tá falando...
- Eu tenho um coração.
- Tem certeza?
- Tenho, ele está aqui. Eu sei, porque dói. Daí eu sinto. Entendeu?
(pequeno silêncio)
- Se você tá falando...
sábado, 14 de agosto de 2010
mini drama
(Homem sentado no sofá, olhar perdido. Silêncio. Celular vibra. Homem atende)
- Alô?
(Som de ligação que cai. Olhar caído. Silêncio.)
- Alô?
(Som de ligação que cai. Olhar caído. Silêncio.)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quase bonito
poema breve
curto, cotôco
se atreve
sai de cima
passa por baixo
quem escreve?
sem rima
sem nada
nada de mais
demais
nada de mau
mal criado
quem?
mal sabe quem
sei sim
certeza
sua alteza
foi eu
sei sim
é meu
meu poema roto
exagerado
mal-tratado
quase bonito
quase pequeno
quase poético
meu mesmo
quase isso tudo
faltando muito
pouco
bem pouco
curto, cotôco
se atreve
sai de cima
passa por baixo
quem escreve?
sem rima
sem nada
nada de mais
demais
nada de mau
mal criado
quem?
mal sabe quem
sei sim
certeza
sua alteza
foi eu
sei sim
é meu
meu poema roto
exagerado
mal-tratado
quase bonito
quase pequeno
quase poético
meu mesmo
quase isso tudo
faltando muito
pouco
bem pouco
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
O quase começo de um conto meio sem fim. ou O menino que leu Clarice demais.
Aí teve o beijo (explosão) e todo aquele movimento de ar que se achava dentro saiu, e redemoinhos de prazer dançaram como se aquele fosse o último baile de suas vidas.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
sobre pessoas, apesar das redes sociais, em favor do contato direto, reto e indiscreto
é, sou assim mesmo, gosto das pessoas pelo que elas tem de parecido mas também pelo que elas tem de diferente de mim
...
elas (as pessoas, ou parte delas) me despertam o interesse pelo abismo que elas são... pela possibilidade de me perder nelas... e com elas
...
elas (as pessoas, ou parte delas) me despertam o interesse pelo abismo que elas são... pela possibilidade de me perder nelas... e com elas
segunda-feira, 26 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
para além de mim
hoje, de súbito
tive meu (re)encontro com minha própria alma
e mesmo com esse ar seco que faz aqui na cidade
me deixei chover, para me limpar
tive meu (re)encontro com minha própria alma
e mesmo com esse ar seco que faz aqui na cidade
me deixei chover, para me limpar
segunda-feira, 19 de julho de 2010
noite
Meninos perdidos caminham iluminados pela Lua e pelos próprios olhos. Famintos de (qualquer) emoção que faça com que a existência deles ganhe algum sentido dentro da caixa burocrática e chata, que é como o mundo se mostra de vez em quando.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
o tal do sangue quente
A vontade é de um vermelho intenso, bruto, sangue, fogo, essas coisas. No olho que se enche diante de um alma nua, de uma alma tua.
Passeio pelos arrepios que as palavras dão na pele. Na nossa pele. Dos corpos que não aguentaram a distância e pretensão da pluralidade e se deixaram levar pelo singular preenchimento do corpo só.
Por esse nó que a gente não vive sem. Por esse nós que a gente vive. Pela vida.
E pela explosão que é o instante.
Anseio pelos instantes debruçado nos abismos que outra vez chamei de almas.
Me repetindo ao falar as almas, talvez porque eu tenha aprendido que os encontros de verdade só acontecem por aí. Sendo a pele, o olho, a boca, apenas as vias de acesso ao abismo de cada um.
Ao menos comigo tem sido assim, nessas intensas e vivas relações.
Passeio pelos arrepios que as palavras dão na pele. Na nossa pele. Dos corpos que não aguentaram a distância e pretensão da pluralidade e se deixaram levar pelo singular preenchimento do corpo só.
Por esse nó que a gente não vive sem. Por esse nós que a gente vive. Pela vida.
E pela explosão que é o instante.
Anseio pelos instantes debruçado nos abismos que outra vez chamei de almas.
Me repetindo ao falar as almas, talvez porque eu tenha aprendido que os encontros de verdade só acontecem por aí. Sendo a pele, o olho, a boca, apenas as vias de acesso ao abismo de cada um.
Ao menos comigo tem sido assim, nessas intensas e vivas relações.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
o menino e o caixão
como um boneco torto
o meu morto respira ainda
e o meu movimento é nulo
desajeitadamente parado
no peso daquilo que me esmaga
por baixo e não nas costas
arrastando-me pelo avesso
empoeirado e caquético
transpiro uma pausa longa
entre o tomar coragem
e o desapego franciscano
...
das pequenas mortes necessárias
o mais difícil continua sendo
se livrar do peso e do luto
e se deixar voar por aí...
Francis Bacon
o meu morto respira ainda
e o meu movimento é nulo
desajeitadamente parado
no peso daquilo que me esmaga
por baixo e não nas costas
arrastando-me pelo avesso
empoeirado e caquético
transpiro uma pausa longa
entre o tomar coragem
e o desapego franciscano
...
das pequenas mortes necessárias
o mais difícil continua sendo
se livrar do peso e do luto
e se deixar voar por aí...
Francis Bacon
segunda-feira, 21 de junho de 2010
domingo, 13 de junho de 2010
recado dado não se olha os dentes
(no impulso das palavras que teimam em sair)
A impressão que eu tenho, é de que a Roda da Fortuna irá sempre nos aproximar no final.
Não havendo outra explicação...
Te amo, dentro dessa nossa contraditória aproximação pelos espaços-tempos.
A impressão que eu tenho, é de que a Roda da Fortuna irá sempre nos aproximar no final.
Não havendo outra explicação...
Te amo, dentro dessa nossa contraditória aproximação pelos espaços-tempos.
domingo, 6 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
ao suspiro vindouro
sem uma grande pausa
sem descanso, sem respiro
transpiro um novo abismo
devorado pelo enigma
do teu olho que me segue
tempestade vestida de brisa
corpo vestido de sol
lanço-me feito estrela cadente
na timidez das nossas palavras
entre vertigens, promessas
e minutos-séculos-futuros
sem descanso, sem respiro
transpiro um novo abismo
devorado pelo enigma
do teu olho que me segue
tempestade vestida de brisa
corpo vestido de sol
lanço-me feito estrela cadente
na timidez das nossas palavras
entre vertigens, promessas
e minutos-séculos-futuros
terça-feira, 18 de maio de 2010
revirado
me perdi nas pétalas das margaridas
e fiquei sem a resposta
daquela nossa pausa dramática
de minutos-séculos de tempo
e fiquei sem a resposta
daquela nossa pausa dramática
de minutos-séculos de tempo
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Brincando com Vênus ou A mudança do menino
tempestades que movem meninos
meninos de pés descalços
soltos e envoltos no vento
vento que apaga os cigarros
faz viver o fogo de dentro
faz mover papéis pelo chão
meninos e suas brincadeiras
em cima dos colchões
e almofadas coloridas
brincam de beijo, batuque, cantiga
brincam de deus
brincam de homem
brincam de tudo o que é
e o que pode ser
um dia, quem sabe
até de sentir
às vezes se brinca
ou se sente o que brinca
o que talvez seja sério
não sei
dança menino na passarela vermelha
cor de sangue e de flor
como se o amanhã não houvesse
carrega tuas coisas até o outro lado
movimento, cabeça aberta
de coluna ereta, e todo o resto
meninos de pés descalços
soltos e envoltos no vento
vento que apaga os cigarros
faz viver o fogo de dentro
faz mover papéis pelo chão
meninos e suas brincadeiras
em cima dos colchões
e almofadas coloridas
brincam de beijo, batuque, cantiga
brincam de deus
brincam de homem
brincam de tudo o que é
e o que pode ser
um dia, quem sabe
até de sentir
às vezes se brinca
ou se sente o que brinca
o que talvez seja sério
não sei
dança menino na passarela vermelha
cor de sangue e de flor
como se o amanhã não houvesse
carrega tuas coisas até o outro lado
movimento, cabeça aberta
de coluna ereta, e todo o resto
terça-feira, 4 de maio de 2010
tentativa de poeta
quando me leio ou quando leio
é isso que transborda
profundidade exacerbada
de um tamanho maior que o meu
enrolado como meus cabelos
na madrugada dos meus escritos
escrevo com esses dedos
que de tão compridos
parecem mais de pianista
que propriamente de poeta
poeta que vive perto da lua
porque é lunar e tem sono de coruja
poeta que conta e se conta
numa ingênua malandragem
de menino crescido
barba rala, língua de trapo
poeta que escreve com a pele
e sobre a pele
letras borradas de paixão
inspiração barata
ossos de aço, do ofício
pedaço de mim
é isso que transborda
profundidade exacerbada
de um tamanho maior que o meu
enrolado como meus cabelos
na madrugada dos meus escritos
escrevo com esses dedos
que de tão compridos
parecem mais de pianista
que propriamente de poeta
poeta que vive perto da lua
porque é lunar e tem sono de coruja
poeta que conta e se conta
numa ingênua malandragem
de menino crescido
barba rala, língua de trapo
poeta que escreve com a pele
e sobre a pele
letras borradas de paixão
inspiração barata
ossos de aço, do ofício
pedaço de mim
sexta-feira, 30 de abril de 2010
sobre a proposta do dia anterior.
Sequestrarei você sem que você saiba, no entanto, que ficará livre para escolher se quer me prender nos braços (abraços) ou pelas pernas (eternas).
Sem que saiba também que no cativeiro só haverá espaço para dois corpos, sendo que um deles é o meu, já que a ideia foi minha.
Sobre o vinho que abriremos.
Sobre o rock britânico que se ouvirá durante o ato.
Sobre o fato.
Sobre o suspiro.
Sobre a poesia, o olhar, o tato.
Sobre o olfato.
Sobre nada disso ficará sabendo.
Nem que o segundo corpo no espaço é o seu.
Nada disso.
Quero te pegar na curva, na travessa do desejo com a música.
Só nos restando o charme, no mistério que agora passou a existir.
Sem que saiba também que no cativeiro só haverá espaço para dois corpos, sendo que um deles é o meu, já que a ideia foi minha.
Sobre o vinho que abriremos.
Sobre o rock britânico que se ouvirá durante o ato.
Sobre o fato.
Sobre o suspiro.
Sobre a poesia, o olhar, o tato.
Sobre o olfato.
Sobre nada disso ficará sabendo.
Nem que o segundo corpo no espaço é o seu.
Nada disso.
Quero te pegar na curva, na travessa do desejo com a música.
Só nos restando o charme, no mistério que agora passou a existir.
sábado, 24 de abril de 2010
sem máscaras na noite dos mascarados
Ele não é misterioso.
Nem eu.
Nem as nossas palavras trocadas.
Nem a forma de encaixe do corpo.
Nem o vinho prometido.
Nem a despedida no metrô.
O que havia de misterioso alí
era somente a sua bolsa de feira,
carregada de pequenas bugigangas
pequenos universos de menino artista.
E talvez, muito talvez
a poesia que se escondia
no mais simplório dos diálogos.
De todos os tempos.
Na história de todos os amantes,
que já passaram por esse chão.
De resto era tudo pobre, parco,
sem nada de espetacular.
Sem nenhum valor de novela das 8.
Nada que fosse misterioso.
Ainda assim de movimento avassalador,
pequenas explosões
e coração batendo forte,
tão forte.
Nem eu.
Nem as nossas palavras trocadas.
Nem a forma de encaixe do corpo.
Nem o vinho prometido.
Nem a despedida no metrô.
O que havia de misterioso alí
era somente a sua bolsa de feira,
carregada de pequenas bugigangas
pequenos universos de menino artista.
E talvez, muito talvez
a poesia que se escondia
no mais simplório dos diálogos.
De todos os tempos.
Na história de todos os amantes,
que já passaram por esse chão.
De resto era tudo pobre, parco,
sem nada de espetacular.
Sem nenhum valor de novela das 8.
Nada que fosse misterioso.
Ainda assim de movimento avassalador,
pequenas explosões
e coração batendo forte,
tão forte.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
e lá vamos nós
Eu bem que avisei que um ano regido por Vênus seria perigoso. Fui acertado em cheio por um objeto não identificado e estou tontinho da Silva. Perdi a direção do banheiro, as chaves de casa já não estão mais aqui comigo, minha carteira só deus sabe onde...
Agora é esperar e ver se a tontura passa, se o coração aguenta e se a cabeça não entra em parafuso de vez.
Agora é esperar e ver se a tontura passa, se o coração aguenta e se a cabeça não entra em parafuso de vez.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
o gosto pelo caos de Dioniso
me embriagar até que eu esqueça
até que alguém me lembre
até que um certo alguém me lembre
até que o certo alguém me lembre
vale um vinho, vale um copo
vale chorar e rir ao mesmo tempo
vale morrer
pequena morte necessária
vale até desejar
desejos além da própria alma
essa minha alma que explode por não caber no corpo
que sofre pela falta das asas
e goza pelos excessos
(gritos celebrativos)
- Evoé!
ao sangue do poeta seco, agora
até que alguém me lembre
até que um certo alguém me lembre
até que o certo alguém me lembre
vale um vinho, vale um copo
vale chorar e rir ao mesmo tempo
vale morrer
pequena morte necessária
vale até desejar
desejos além da própria alma
essa minha alma que explode por não caber no corpo
que sofre pela falta das asas
e goza pelos excessos
(gritos celebrativos)
- Evoé!
ao sangue do poeta seco, agora
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Quem fala?
o telefonema que antecede a pele
a tentativa de contato
no mau contato do telefonema
e tudo o que eu tinha
chorado
rasgado
sofrido
perdido
se desfez
e me fez
acreditar em nós
nos laços
nos abraços
outrora partidos
...
o ser humano é mesmo uma graça
uma simples vibração e tudo muda
a tentativa de contato
no mau contato do telefonema
e tudo o que eu tinha
chorado
rasgado
sofrido
perdido
se desfez
e me fez
acreditar em nós
nos laços
nos abraços
outrora partidos
...
o ser humano é mesmo uma graça
uma simples vibração e tudo muda
segunda-feira, 12 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Só me fale se isso foi uma despedida.
havia apenas a pele
e a filosofia
sem o peso da filosofia
nós dois
e algumas estrelas caídas
doce decadência
o amor sem o peso do amor
apenas pele
- Quero-te dentro.
- Quero-te em mim.
quis porque quis
exagerei
exageramos
explodimos e nos reencontramos
por diversas vezes
na mesma noite
na mesma cama
nos conhecemos há tempos
acredito nisso
e em quase tudo no mundo
até no silêncio em que se ouvia as explosões
fomos heróis
e nossos cavalos ainda falavam inglês
e a filosofia
sem o peso da filosofia
nós dois
e algumas estrelas caídas
doce decadência
o amor sem o peso do amor
apenas pele
- Quero-te dentro.
- Quero-te em mim.
quis porque quis
exagerei
exageramos
explodimos e nos reencontramos
por diversas vezes
na mesma noite
na mesma cama
nos conhecemos há tempos
acredito nisso
e em quase tudo no mundo
até no silêncio em que se ouvia as explosões
fomos heróis
e nossos cavalos ainda falavam inglês
quarta-feira, 31 de março de 2010
sobre a jovial liberdade.
aos rodopios soltos
ao som, alto e forte e tanto
ao olhar do menino bobo e nú
um brinde
mesmo que pela manhã
mesmo que na ressaca da Augusta
do beijo
do riso
do papo
aquele papo inteligente
ao mesmo tempo trágico
de articulação difícil
quase infantil
que pelo qual me apaixono
incansavelmente, alucinadamente
com ares de primeiro despertar
- Voa menino! Voa! Que eu quero te olhar.
mais um trago que a noite é curta
o infinito é todo nosso
amassos partidos no elevador
deixa filmar
esse é o meu "até que a morte nos separe"
te amo
ao som, alto e forte e tanto
ao olhar do menino bobo e nú
um brinde
mesmo que pela manhã
mesmo que na ressaca da Augusta
do beijo
do riso
do papo
aquele papo inteligente
ao mesmo tempo trágico
de articulação difícil
quase infantil
que pelo qual me apaixono
incansavelmente, alucinadamente
com ares de primeiro despertar
- Voa menino! Voa! Que eu quero te olhar.
mais um trago que a noite é curta
o infinito é todo nosso
amassos partidos no elevador
deixa filmar
esse é o meu "até que a morte nos separe"
te amo
sexta-feira, 19 de março de 2010
sobre o sentir falta.
quarta-feira, 10 de março de 2010
o menino e a flor
sábado, 6 de março de 2010
Prêmio Blog VIP
Prêmio concedido por Tânia Marques, do blog Palavras e Imagens
acessem: http://marquesiano.blogspot.com/
Obrigado, querida Tânia, pela indicação.
Normas para o Prêmio Blog VIP: eleger 10 (dez) blogs que eu goste. Aí vão alguns dos que que gosto muito.
http://achavemestra.blogspot.com/
http://razaogulosa.blogspot.com/
http://cultube.blogspot.com/
http://ciarefugio.blogspot.com/
http://cinemacultura.blogspot.com/
http://dizvirginandoamardrugada.blogspot.com/
http://malditapalavra.blogspot.com/
http://naofiquesao.blogspot.com/
http://paradoxosdoedu.blogspot.com/
http://umelmo.blogspot.com/
quarta-feira, 3 de março de 2010
cartas amassadas.
Me deito sobre todos os papéis onde eu escrevera o seu nome e um lençol de memórias envolve o meu corpo.
Sou como a tinta no papel, frágil frágil. Pela ação do tempo, do fogo ou de uma descuidada e atrapalhada xícara de café.
Um mínimo movimento sem cálculo e eu, letra de mão, perco minha forma e meu sentido.
Só sobra o sentimento, feito muito mais de carne que de intelecto. E uma estridente esperança de que as marcas se cicatrizem e que sobre mais espaço no caderno para mais desenhos de letras tão tão particularmente belas.
Aos olhos do poeta cego, claro.
Sou como a tinta no papel, frágil frágil. Pela ação do tempo, do fogo ou de uma descuidada e atrapalhada xícara de café.
Um mínimo movimento sem cálculo e eu, letra de mão, perco minha forma e meu sentido.
Só sobra o sentimento, feito muito mais de carne que de intelecto. E uma estridente esperança de que as marcas se cicatrizem e que sobre mais espaço no caderno para mais desenhos de letras tão tão particularmente belas.
Aos olhos do poeta cego, claro.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
danço eu, dança você
havia prometido
me comportar
leão que sou
teimei
bati o pé
jurei
de pé junto
e separado
daí que Vênus
a impossível
cheia de graça
de manha
e pirraça
trapaceou
foi contra mim
meu orgulho
minha cabeça
fez da minha pele
pétala
fez da minha lágrima
orvalho
e esse meu peito
forte
inflado
se fez fraco
medroso
coitado
à mercê do vento
do mau tempo
(silêncio)
esfreguei os olhos
olhei pela janela
e Vênus estava lá
ao sol
me esperando
mãos espalmadas
prontas pra empurrar
o primeiro trouxa
ou o segundo
ou seja lá
que número seja o meu
sorri pra ela
sim
por que no fundo
ou em cima mesmo
não tenho vergonha
na cara
nem no bolso
fiz o sinal da cruz
mais por costume
que por religião
fechei os olhos
e agora estou cá
esperando
pronto
ou nem tanto
a próxima música
no próximo baile
no meio do salão
me comportar
leão que sou
teimei
bati o pé
jurei
de pé junto
e separado
daí que Vênus
a impossível
cheia de graça
de manha
e pirraça
trapaceou
foi contra mim
meu orgulho
minha cabeça
fez da minha pele
pétala
fez da minha lágrima
orvalho
e esse meu peito
forte
inflado
se fez fraco
medroso
coitado
à mercê do vento
do mau tempo
(silêncio)
esfreguei os olhos
olhei pela janela
e Vênus estava lá
ao sol
me esperando
mãos espalmadas
prontas pra empurrar
o primeiro trouxa
ou o segundo
ou seja lá
que número seja o meu
sorri pra ela
sim
por que no fundo
ou em cima mesmo
não tenho vergonha
na cara
nem no bolso
fiz o sinal da cruz
mais por costume
que por religião
fechei os olhos
e agora estou cá
esperando
pronto
ou nem tanto
a próxima música
no próximo baile
no meio do salão
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
4.Somente as águias constroem ninhos à beira do abismo.
.vivência Memórias Póstumas de Hamlet.
"Fico no limiar entre a construção e a destruição. Sou meu maior obstáculo. Talvez esse meu corpo não suporte mesmo o peso do universo em expansão e explosão que carrego aqui dentro.
Meu pai está morto. Estou vivo.
Filho do vento que passou. Sou o ar parado querendo ser brisa.
Minha causa é morta. Meus olhos cheios são a mais verdadeira manifestação da vida em mim."
"Fico no limiar entre a construção e a destruição. Sou meu maior obstáculo. Talvez esse meu corpo não suporte mesmo o peso do universo em expansão e explosão que carrego aqui dentro.
Meu pai está morto. Estou vivo.
Filho do vento que passou. Sou o ar parado querendo ser brisa.
Minha causa é morta. Meus olhos cheios são a mais verdadeira manifestação da vida em mim."
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
3.Quão belo é um enterro!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
2.A genealogia dinamarquesa.
(explosão)
era preciso
somente
ouvir dentro
por dentro
para saber
que esses ares
ESSES ARES
eram de tempestade
e não de brisa
...
agora estou aqui esparramado ao vento
ao deus-dará do tempo
nada arrependido
...
no silêncio do grito recente
somente
ouvir dentro
por dentro
para saber
que esses ares
ESSES ARES
eram de tempestade
e não de brisa
...
agora estou aqui esparramado ao vento
ao deus-dará do tempo
nada arrependido
...
no silêncio do grito recente
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
descreva o seu atual momento emocional:
a previsão para os próximos 5 dias é de calmaria
mas com riscos de chuva na região central
mas com riscos de chuva na região central
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
o momento mágico ou a tentativa de contato.
(e ele disse)
agradeço por me seguires.
te sigo também.
entorpecemo-nos-emos de logos...
vem logo!
ainda há espaço
no braço,
fechemos o laço: apertados estaremos
na rede, ainda que com sede,
não desistiremos.
são múltiplos os desejos e poucos os prazeres.
me deixa ver-te de eros? veste-te, vai!
não te assustas com o logos: os sintagmas são desconexos.
sejais caçador de mim, eu, de ti.
(respondi)
envaidecido
um tanto entorpecido
e embevecido na fantasia de eros
seguimos então, um ao outro
e seja o que a poesia quiser!
(tempo de uma respiração profunda)
por que me cortejas assim?
revolvo-me para o guerreiro com a cabeça hesitante:
-faço cortesia em forma de poesia,
pra quem nunca vi, e nem sei quem seja.
o momento é hi-tech.
esse que as pessoas se desnudam por fios e,
pessoalmente,
geralmente, é nada que se imagina.
é o " momento mágico" do nosso tempo.
o guerreiro percebera que assim como seu tempo, tudo era efêmero.
subiu no cavalo e saiu à trote. queria eu que ele falasse :
(explosão)
- vai ver que nos conhecemos de um lugar que certamente não é o aqui e de um tempo que certamente não é o hoje vai ver é esse mesmo o caminho do desejo.
esse desejo ficara na minha subjetividade. lá no fundo.
agradeço por me seguires.
te sigo também.
entorpecemo-nos-emos de logos...
vem logo!
ainda há espaço
no braço,
fechemos o laço: apertados estaremos
na rede, ainda que com sede,
não desistiremos.
são múltiplos os desejos e poucos os prazeres.
me deixa ver-te de eros? veste-te, vai!
não te assustas com o logos: os sintagmas são desconexos.
sejais caçador de mim, eu, de ti.
(respondi)
envaidecido
um tanto entorpecido
e embevecido na fantasia de eros
seguimos então, um ao outro
e seja o que a poesia quiser!
(tempo de uma respiração profunda)
por que me cortejas assim?
revolvo-me para o guerreiro com a cabeça hesitante:
-faço cortesia em forma de poesia,
pra quem nunca vi, e nem sei quem seja.
o momento é hi-tech.
esse que as pessoas se desnudam por fios e,
pessoalmente,
geralmente, é nada que se imagina.
é o " momento mágico" do nosso tempo.
o guerreiro percebera que assim como seu tempo, tudo era efêmero.
subiu no cavalo e saiu à trote. queria eu que ele falasse :
(explosão)
- vai ver que nos conhecemos de um lugar que certamente não é o aqui e de um tempo que certamente não é o hoje vai ver é esse mesmo o caminho do desejo.
esse desejo ficara na minha subjetividade. lá no fundo.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
sobre o fato das palavras não darem conta.
A poesia do sentimento, do olho cheio e do peito espremido é a mais bela que existe.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
sobre a importância da luz.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
(talvez) ele realmente espera que o mundo acabe
porque sempre foi meio covarde
e com medo da felicidade
aí dá nisso
e com medo da felicidade
aí dá nisso
sábado, 16 de janeiro de 2010
anunciaram e garantiram!
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
epitáfio anterior
Se ainda desabo em água é porque meu corpo ainda chora necessitando de uma pequena morte todos os dias.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
meu coração não sossega, teimoso que é
só aprendeu um jeito de bater
(forte)
e insiste nisso
em conexão direta com outro teimoso
o olho
que só sabe mesmo é chover
isso sem falar do sangue que só sabe esquentar
da respiração que só sabe correr
da pele que só sabe amar
porque se ama, de fato, com a pele
o resto do corpo é que vai junto
teimoso que é
(forte)
e insiste nisso
em conexão direta com outro teimoso
o olho
que só sabe mesmo é chover
isso sem falar do sangue que só sabe esquentar
da respiração que só sabe correr
da pele que só sabe amar
porque se ama, de fato, com a pele
o resto do corpo é que vai junto
teimoso que é
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
perder-se
antes que a cabeça engula o corpo
e eu me torne assim
armadura ambulante
carcaça fria
ossos de aço
ossos do ofício
não!
não quero artifício
lento, lento
quero apenas o risco
e o efeito que é
movimento
e eu me torne assim
armadura ambulante
carcaça fria
ossos de aço
ossos do ofício
não!
não quero artifício
lento, lento
quero apenas o risco
e o efeito que é
movimento
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
não adianta
somos uns patifes
e nos amamos
primeira conclusão depois da virada de um ano cheio de explosões para um outro ano que nem se sabe o que.
o que?
o amor quebra o corpo, mas a cor escorre em líquido e a matéria se torna uma só
e nos amamos
primeira conclusão depois da virada de um ano cheio de explosões para um outro ano que nem se sabe o que.
o que?
o amor quebra o corpo, mas a cor escorre em líquido e a matéria se torna uma só
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