domingo, 25 de janeiro de 2009

sangue nos olhos

uma confusão de sentimentos me toma
me leva pra longe dos outros
pra dentro de mim
pro lado de fora
pro fundo

(tudo parece repetição)

e chamar a sua atenção se tornou cada vez mais uma questão de necessidade
e a navalha fere a minha carne
num movimento quase involuntário
...
ainda bem que tenho ossos
e sangue nos olhos

exposição até o limite do cansaço
a ordem realmente não existe

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

fundo

toda essa exposição realmente fere
(...)
em vão me tento explicar
cada vez mais profundo
cada vez mais fundo
profundo
pro fundo
ao fundo
no fundo
fundo

o sono ainda está distante
mas o cansaço ajuda
e os sonhos quase aparecem

os fragmentos das máscaras que sempre usei aos poucos se mostram e quase caem
tentativa alucinada de romper os grilhões da existência falsa

todo esse jogo me atrai

ps.: nunca compreendi o silêncio.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

outro dia...

por que é que eu estou ferido?

(minutos intermináveis)

tive alguns instantes de lucidez e não soube o que fazer
as mãos trêmulas denunciavam aquele estado
o grito estava pra sair
juro que dessa vez ele estava pra sair
tudo indicava que daria certo
as roupas escolhidas a dedo
a súbita coragem
os óculos escuros
a respiração
a passagem de ônibus
...
tudo
absolutamente
não adiantou
nada adiantou
...
o acaso
ou ele
ou os dois
estavam ocupados

só me restou a tentativa de uma conexão comigo mesmo
e a vontade de ser ou parecer superior diante do fato
inutilmente

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E mais e mais e mais

quero milhões de amores duma vez
quero aquilo que não posso querer
quero voar

voar alí, no azul
correr
dançar
querer
sempre
e
tanto
e
mais
e
mais
e
mais

ritmo acelera
e o silêncio estrondoso que ocupa a minha alma
com o desejo partido em mil pedaços

sempre acreditei nisso

...

Eu preciso de tempo para organizar todos esses fatos sem perdê-los de vista, sem que eles voem por aí, por esse céu rabiscado que teima em engolir os meus sonhos.

(inclusive aqueles pintados com as cores mais fortes)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Aos poucos me tento explicar.

Tudo é pretexto.
Sempre uma tentativa desesperada de preencher

(minutos intermináveis)

aquilo que já nem sei mais.


E a sanidade já não existe.
...
Na verdade, ele persiste na ideia de ser sincero. Acredita alcançar um estado puro de consciência e isso o faz crer que chegará em algum lugar.

E ele vive cansado.
E ele muda constantemente de opinião.
E ele sempre diz que a culpa é dos outros.

Mas mantém seus olhos cheios, e é isso que importa.
Sinal de que tem sentimentos. Mesmo sabendo que isso não é lá grandes coisas. Mesmo assim, é melhor do que nada.(pausa) Melhor do que nada?
...


E o sono não chega. E a fotografia já não basta. E toda exposição é um ato de necessidade.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

(o relógio nunca foi meu amigo)

O meu coração está aos pulos... Mesmo em cacos ele se mantém pulsante, vivo. E eu não sei qual é a razão disso tudo.

Fica difícil enxergar desse jeito.

Bem... Há um bombardeio aqui dentro.
Nesse fluxo de pensamento e sentimento vou me debatendo contra as minhas próprias escolhas.
Não tenho certeza, mas acho que sou uma fraude.
Ainda tentando organizar. Ainda tentando explicar.
Sempre gostei de paradoxos.
E quase sempre gosto daquilo que está distante.

(as tentativas de uma comunicação plena ainda persistem)