quinta-feira, 30 de julho de 2009

do verbo colorir.

como se eu fosse uma folha de papel
e como se você fosse giz de cera

você me risca
me pinta
me borra

fico colorido
todo
cheio de cores
atravessando o corpo
da pele
da carne
do osso

os azúis, os vermelhos e os verdes
os amarelos, os marrons e os laranjas

entram pelos olhos
pelos poros
pela boca

e eu deixo de parecer um filme antigo para dar lugar às explosões do cinema moderno

segunda-feira, 13 de julho de 2009

e o inferno astral se vai, se esvai

e o Sol se mostra sobre a minha cabeça e me clareia os pensamentos e os sentidos abrindo meus olhos para o horizonte e para o lado de dentro que se achava tão frio e escuro mas que se aquece com a possibilidade de um renascer amanhã em um dia de colheita das flores de plástico e das lágrimas de vidro que dessa vez são de alegria e coloridas por si só e que escorrem pelo corpo vivo e movimentado e tudo isso no tempo de uma respiração profunda

ufa!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

que ele não acorde

eis que o lobo corre em direção à lua e se depara com um anjo

torce pra ser verdade

que dessa vez dê certo

que ele crie asas

que abrace as nuvens

coma estrelas

e que morra em paz!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

era vidro, era pouco

o amor que me tinhas
de verdade
de mentira
não era

ou era
mas só aqui
onde as cores são invertidas
e os detalhes embaralhados
(pudera!)

atmosfera enganadora
cegueira

julho faz frio
e todas as margaridas do bem-me-quer se foram

sexta-feira, 3 de julho de 2009

a redenção dos corpos

somente aquele que é amigo da lua sabe o que é a solidão
e sabe correr a noite mesmo com medo
por amor, por paixão
sei lá

de que adianta medir a intensidade do grito?
saber em que doeu mais, pra que?

hoje minha forma é essa
disforme

que a poesia me perdoe por tanta sujeira e desordem

amém