terça-feira, 4 de maio de 2010

tentativa de poeta

quando me leio ou quando leio
é isso que transborda

profundidade exacerbada
de um tamanho maior que o meu
enrolado como meus cabelos
na madrugada dos meus escritos

escrevo com esses dedos
que de tão compridos
parecem mais de pianista
que propriamente de poeta

poeta que vive perto da lua
porque é lunar e tem sono de coruja

poeta que conta e se conta
numa ingênua malandragem
de menino crescido
barba rala, língua de trapo

poeta que escreve com a pele
e sobre a pele

letras borradas de paixão
inspiração barata
ossos de aço, do ofício
pedaço de mim

Nenhum comentário:

Postar um comentário