quando me leio ou quando leio
é isso que transborda
profundidade exacerbada
de um tamanho maior que o meu
enrolado como meus cabelos
na madrugada dos meus escritos
escrevo com esses dedos
que de tão compridos
parecem mais de pianista
que propriamente de poeta
poeta que vive perto da lua
porque é lunar e tem sono de coruja
poeta que conta e se conta
numa ingênua malandragem
de menino crescido
barba rala, língua de trapo
poeta que escreve com a pele
e sobre a pele
letras borradas de paixão
inspiração barata
ossos de aço, do ofício
pedaço de mim
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