segunda-feira, 25 de abril de 2011

há sempre a tentativa de falar dos olhos teus

duas chamas curtas
pequenas meninas queimadas

castanho terra chão
paralisia e tristeza

adoece a pálpebra
deixando cair os pelos
cabelos
cílios cintilantes

lá pelo alto
das sombrancelhas negras
o mito se emoldura
sem razão

duas poças mais que cheias
lama lágrima enluarada

me umedecem vagarosamente
da pupila até o osso

e piscam pensamentos
ora de paixão, ora de pesar
nesse pobre poeta cego
que ouve teus olhos assim

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Um bilhete grande, não uma carta.

São exatamente 14:31H.
Eu estou aqui cansado de tanto descansar nesse feriado.
Entre um pensamento e outro me bateu uma vontade grande de te escrever. Um turbilhão de palavras estava pronto a se tornar carta. Mais uma.

Mas acontece que me lembrei que amanhã nos veremos. E quis economizar meus verbos, meus substantivos...

Claro que a vontade continua. Daí esbarrei com o Caio, o nosso querido Caio. E quis fazer uso do copiar e colar que o virtual me proporciona e mandá-lo pra ti. Porque ele nos lê como ninguém, e porque acredito que esse será um ótimo mote para o nosso encontro que virá.

"-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu." CFA

Não disse?
Tenho tanta inveja dessa simplicidade prolixa que ele tem.
Queria te escrever somente bilhetes, como este (?). Queria te dizer mais através de mais silêncios. Queria voltar para as minhas poesias curtas.

Até amanhã.

Com afeto,

Carlos