sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

mais uma tentativa

não sei
(tempo espaçado, dilatado)

as palavras
(explosão)

...
o vazio me acusa
me preenche
todo
...

(quanto mais coisas tenho dentro de mim maior a dificuldade de vomitar)

confiança não faz parte do meu cardápio
esse meu coração murcho tenta pulsar sozinho na megalópole

a linguagem se vai
se esvai

se esgota muda e dissimulada
amedrontada porque se vê tão pequena diante dos olhos

ps.: nada me assusta mais que o olhar

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

fraude

esse medo
segura minhas pernas
se faz (?) de ente querido
...
belas promessas
como não sair de casa
não sentir dor
gozar controladamente
repito: controladamente

sorriso imóvel
carranca social

a ânsia sem o vômito

tantos fragmentos me assustam
não sei se sei viver hoje
o hoje
hoje

querendo entender pela resposta sem dominar a pergunta
e se dizendo filósofo

sem negar a delícia das ironias

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

essencialmente



esse desconhecido

me assusta
paraliza meus pés
cala a minha voz
prende meu ar
...
mas sinto-me puxado em direção ao infinito
de uma forma tal
que já nem sei

a tortuosidade do caminho atrapalha
e machuca

(juro que não é masoquismo)

ainda não sei nadar e já fui para o fundo acreditando que só lá havia coisas interessantes a descobrir

me debato,
vivo
me mantenho vivo
e assim será
até eu querer
ou aguentar
ou conseguir

talvez gritar seja mais simples do que parece

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(explosão)

tenho me perdido no meu próprio abismo
com os olhos cheios e o coração rasgado
acredito que só eu estou ferido

o sono cada vez está mais distante
e os sonhos não existem como sonhos
são confusos

a separação não faz sentido
me confundo entre o que eu sou e aquilo que acredito ser e aquilo que tenho medo de ser
ainda não sei se acredito
não sei se quero
não sei se posso
não sei se é possível
ser

não gosto do que vejo
meus olhos veêm um mundo ferido
sala de espelhos rachados e debochados
corto meu braço e o sangue suja as pessoas

os anti-depressivos dançam ao meu redor

e cada vez que me vasculho fico na dúvida se corro ou fico

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

o ferimento fez com que o grito saísse
voasse
aliviasse

a chuva se confunde com as lágrimas molhando o rosto daquele que corria na noite passada

o estado de consciência era tal que por um instante não se sentiu humano
um mortal não suporta o peso total da verdade
das verdades
ou dos pressupostos todos que guarda
no fundo tudo mentiras
e suposições

tudo falso

no entanto
...
como não existem as verdades paremos de julgar o pobre homem que se descobriu só

(ele sempre quis ser ao menos um semi-deus)

ainda tentando suportar
quase abandonando a cegueira voluntária