hoje sou todo versos
todo vento
todo alma
decidi que quero ser inteiro
e meu
tão meu
que possa decidir quando vou morrer
quem vou amar
onde vou estar
não quero parar um só segundo
quero um movimento constante
errante
apaixonado
quero burburinhos
multidões
histeria
quero silêncio
gotas de chuva
balas de goma
dançar como louco nessa infinidade
me perder
me encontrar
não saber
não ter medo da morte
não chorar por amor
não sofrer de rancor
ir pra todos os lados
abraçar todas as coisas
olhar todos os olhos
hoje sou todo vontade
fúria
barulho
mais nada
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Neusa Sueli
e essa carne amaciada
roubada
ferida
fodida
tem sofrido tanto
apanhado tanto
tanto
como ela suporta?
bosta
fedida
merda
fedida
como ela suporta?
sendo gente
ou não
sendo bicho
ou não
sendo nada
ou não
como ela suporta?
um dia de lascar
sem grana
sem droga
sem gozo
como ela suporta?
duvido que aguente
um dia a carne sede
o sangue escorre
e o amor morre
roubada
ferida
fodida
tem sofrido tanto
apanhado tanto
tanto
como ela suporta?
bosta
fedida
merda
fedida
como ela suporta?
sendo gente
ou não
sendo bicho
ou não
sendo nada
ou não
como ela suporta?
um dia de lascar
sem grana
sem droga
sem gozo
como ela suporta?
duvido que aguente
um dia a carne sede
o sangue escorre
e o amor morre
quarta-feira, 27 de maio de 2009
menino homem
o menino vira homem
o menino tem medo do homem
o menino homem com medo
virado
revirado como sempre
irradiado de desejos
todos os lampejos
que guarda
que aguarda
escapam
explodem
saem
pelos poros
pelos olhos
pela boca
menino homem chora
chora menino
homem não chora
a voz está rouca
e o menino estranha
a garganta que arranha
coração que enlouquece
quase adoece
é dito: acontece
tudo isso
quando o amor aparece
não existe somente o calor
e o belo
e o bom
mas também a dor
do grito
o som
da tristeza
o dom
o menino tem medo do homem
o menino homem com medo
virado
revirado como sempre
irradiado de desejos
todos os lampejos
que guarda
que aguarda
escapam
explodem
saem
pelos poros
pelos olhos
pela boca
menino homem chora
chora menino
homem não chora
a voz está rouca
e o menino estranha
a garganta que arranha
coração que enlouquece
quase adoece
é dito: acontece
tudo isso
quando o amor aparece
não existe somente o calor
e o belo
e o bom
mas também a dor
do grito
o som
da tristeza
o dom
quinta-feira, 21 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
crianças, somos todos
meus jogos amorosos (pudera!)
continuam tão patéticos como a anos atrás
na infância
inocência
minhas lágrimas são as mesmas
e a inquietude da mesma forma
os velhos sonhos que persistem
medos, companheiros fiéis
olhares ligeiros e safados
lábio torcido, mãos frias
isso
tudo
pra certas coisas não crescemos nem mudamos
aposto!
continuam tão patéticos como a anos atrás
na infância
inocência
minhas lágrimas são as mesmas
e a inquietude da mesma forma
os velhos sonhos que persistem
medos, companheiros fiéis
olhares ligeiros e safados
lábio torcido, mãos frias
isso
tudo
pra certas coisas não crescemos nem mudamos
aposto!
terça-feira, 12 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
matéria
tive uns sonhos tão estranhos que nem sei
me confundi com outras pessoas
um imenso grito coletivo
...
O que se passava era um assassinato. Ou uma tentativa de assassinato onde eu era a vítima.
Para o meu desespero a fuga da morte era algo lento e atravancado.
A execução de cada movimento se dava com uma imensa dificuldade e a voz (que voz?) não saía, justo numa hora dessas.
(Essa é uma constante nos meus sonhos.)
O curioso é que também me via no assassino. Ele tinha traços parecidos com os meus e a respiração rápida e atrapalhada como a minha.
Havia um sonho dentro do sonho. O que dá uma idéia circular, de infinito. Constante.
Rapidamente percebi a relação entre essas duas figuras.
Me apaixonei por elas. Aquelas figuras tão minhas, que se amavam, que tinham medo uma da outra, que escapavam.
E isso que aconteceu. A vítima escapou e o assassino permaneceu sentado com sua blusa preta olhando para o vazio.
Um milhão de coisas passando pela cabeça, e os olhos ardendo num quase choro engasgado.
Acordei.
me confundi com outras pessoas
um imenso grito coletivo
...
O que se passava era um assassinato. Ou uma tentativa de assassinato onde eu era a vítima.
Para o meu desespero a fuga da morte era algo lento e atravancado.
A execução de cada movimento se dava com uma imensa dificuldade e a voz (que voz?) não saía, justo numa hora dessas.
(Essa é uma constante nos meus sonhos.)
O curioso é que também me via no assassino. Ele tinha traços parecidos com os meus e a respiração rápida e atrapalhada como a minha.
Havia um sonho dentro do sonho. O que dá uma idéia circular, de infinito. Constante.
Rapidamente percebi a relação entre essas duas figuras.
Me apaixonei por elas. Aquelas figuras tão minhas, que se amavam, que tinham medo uma da outra, que escapavam.
E isso que aconteceu. A vítima escapou e o assassino permaneceu sentado com sua blusa preta olhando para o vazio.
Um milhão de coisas passando pela cabeça, e os olhos ardendo num quase choro engasgado.
Acordei.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
transbordantes
habite
uma casa longe daqui
na minha presença
e me faça esquecer
perdoar
e me cegar de amor
tanto amor
mudo
falando por horas
tremendo as mãos
matando a sede
de olhos cheios
transbordantes
salgados
agora
uma casa longe daqui
na minha presença
e me faça esquecer
perdoar
e me cegar de amor
tanto amor
mudo
falando por horas
tremendo as mãos
matando a sede
de olhos cheios
transbordantes
salgados
agora
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