.vivência Memórias Póstumas de Hamlet.
"Quando parece que choverá para sempre."
Se a minha carne pudesse virar líquido e se misturar à chuva eu finalmente seria inteiro. E a ventania solta me levaria para longe, e os meus olhos não mais veriam coisa alguma.
Só me restaria a sensação de que sou tudo e estou em tudo.
Ainda que chovesse pra sempre e o meu estado fosse líquido, ou ainda que o sol resolvesse sair e vaporizado eu virasse fumaça. Ainda assim estaria completo.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
o que me resta ao final de mais um ano
pétalas caídas no corpo quente
janelas marejadas
melodias shakespeareanas
e a poesia que me salva
daí que a influência de tantos furacões
e de tanta chuva desse período chuvoso
fez parecer que
o tempo que vem chegando
regido por Vênus
(pudera!)
será de um vermelho intenso
jamais visto por esses mortais
do lado de cá do Equador
janelas marejadas
melodias shakespeareanas
e a poesia que me salva
daí que a influência de tantos furacões
e de tanta chuva desse período chuvoso
fez parecer que
o tempo que vem chegando
regido por Vênus
(pudera!)
será de um vermelho intenso
jamais visto por esses mortais
do lado de cá do Equador
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
passagem
a tela
outrora enegrecida por algum fogo ruim
já se encontra branca e quase que totalmente limpa
esperando pelas cores e pelos sons
ou pelo fogo que a destrua de vez
amém!
outrora enegrecida por algum fogo ruim
já se encontra branca e quase que totalmente limpa
esperando pelas cores e pelos sons
ou pelo fogo que a destrua de vez
amém!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Após percorrer a muralha da China juntos, cada qual saído de uma ponta. Último diálogo:
(silêncio)
- É para o nosso bem. É para o meu bem.
- Essa é a sua decisão?
- Sim. Eu não queria que fosse assim... Você sabe... Eu te amo.
(silêncio, ouve-se apenas a respiração forte dos narizes com renite e cada qual ouve o próprio pulsar do próprio coração)
- Você é muito importante para mim.
- Você também, muito.
- Tchau.
(silêncio, olhos cheios)
- Tchau.
(abraço, e se vão)
- É para o nosso bem. É para o meu bem.
- Essa é a sua decisão?
- Sim. Eu não queria que fosse assim... Você sabe... Eu te amo.
(silêncio, ouve-se apenas a respiração forte dos narizes com renite e cada qual ouve o próprio pulsar do próprio coração)
- Você é muito importante para mim.
- Você também, muito.
- Tchau.
(silêncio, olhos cheios)
- Tchau.
(abraço, e se vão)
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Há algo de podre no reino da Dinamarca!
me chamo hamlet
de pai morto
crânio na mão
olhos vermelhos
erínias sobrevoando
violoncelos e ranger de dentes que saem da boca dos comediantes histéricos orquestrados pela minha querida (?) mãe
COMO SE EU QUISESSE IR EM FRENTE
meu estimado tio
FODA-SE TODA A CORJA FAMILIAR
ofélia aquela minha querida boneca de pano
PAREM DE RIR E RESPEITEM A MINHA DOR DA AUSÊNCIA
por favor: não saiam antes das cortinas se fecharem e antes do grandioso final que nos espera a todos nós que sem querer colocaram areia de cemitério nos bolsos
de pai morto
crânio na mão
olhos vermelhos
erínias sobrevoando
violoncelos e ranger de dentes que saem da boca dos comediantes histéricos orquestrados pela minha querida (?) mãe
COMO SE EU QUISESSE IR EM FRENTE
meu estimado tio
FODA-SE TODA A CORJA FAMILIAR
ofélia aquela minha querida boneca de pano
PAREM DE RIR E RESPEITEM A MINHA DOR DA AUSÊNCIA
por favor: não saiam antes das cortinas se fecharem e antes do grandioso final que nos espera a todos nós que sem querer colocaram areia de cemitério nos bolsos
Assinar:
Postagens (Atom)