rasgamos seda
rasgamos a roupa
rasgamos o peito
te rasgo e te guardo em pedaços
nos bolsos da minha camisa de botões
e aguardo
talvez a próxima ardida palavra
talvez a mais efêmera das carícias
por isso mesmo tão violentas
por isso
foge por aqui que eu vou por ali
trocamos a covardia por outra coisa
talvez menos dor
talvez mais amor
ou um pouco dos dois
que por pouco não somos um
de tão iguais
tempestade, temporal
é o que me causa
e o que me cansa
mas te faço meu
por direito
desse jeito torto
que é nosso
e te faço
te faço pó, te faço nada
pouco caso de ti
faço de mim
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
babel: penso que a falta de palavras nos pegou na esquina do cotidiano com a covardia
falta que me faz falta
esse excesso pra mim é nada
nada daquilo que me disse
dissemos
sermos esses estrangeiros
um diante do outro
distante do outro
pela falta excessiva
de um nada em comum
incomum
incomunicabilidade
habilidade de troca
de ser
estar
encaixar no outro
sem encaixotar a si
enrosca tua língua aqui
na minha língua
que essa conversa
direta
reta
nos falta
esse excesso pra mim é nada
nada daquilo que me disse
dissemos
sermos esses estrangeiros
um diante do outro
distante do outro
pela falta excessiva
de um nada em comum
incomum
incomunicabilidade
habilidade de troca
de ser
estar
encaixar no outro
sem encaixotar a si
enrosca tua língua aqui
na minha língua
que essa conversa
direta
reta
nos falta
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