o pouco de sanidade que me resta escorreu quando entrei por aquela porta no escuro dos meus pensamentos rodeado por todos aqueles olhos
falei falei falei
não reconheci a minha voz
uma carne muita mais cansada e dolorida pelas navalhadas que recebeu
acendi a fagulha de luz que existia
(na noite de vento frio e lua no alto)
iluminei
me vi outro
de lágrimas e náuseas maiores e amargas
coração exposto
alma exposta
poesia nua
e só
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